A abstracção é um processo de pensamento fundamental para o raciocínio e a compreensão humana. É um processo cognitivo que nos permite identificar as características essenciais de objectos, conceitos e ideias, e formar generalizações que se aplicam a muitas instâncias diferentes. Aristóteles foi um dos primeiros filósofos a desenvolver uma descrição sistemática da abstracção, que considerava um aspecto crucial do pensamento e do conhecimento humanos.
No seu nível mais básico, a abstracção consiste em separar os elementos essenciais de um determinado objecto ou conceito das suas características acidentais. Por exemplo, quando pensamos numa determinada árvore, podemos concentrar-nos no seu tamanho, forma e cor, ignorando outras características como o local específico onde cresce ou os animais que vivem nos seus ramos. Ao abstrairmos estas características acidentais, podemos formar um conceito geral de “árvore” que se aplica a muitas instâncias diferentes de árvores.
Este processo de abstracção pode ser visto em muitas áreas diferentes do pensamento humano, desde a ciência e a matemática até à arte e à filosofia. Na ciência, por exemplo, os investigadores abstraem frequentemente dos pormenores específicos de determinadas experiências ou observações para identificar princípios gerais que se aplicam a muitas situações diferentes. Na matemática, conceitos abstractos como números, conjuntos e funções constituem a base de grande parte da nossa compreensão do mundo.
Na filosofia, a abstracção desempenha um papel central em muitas áreas diferentes de investigação. Os filósofos procuram muitas vezes identificar as características essenciais de determinados conceitos, como a justiça ou o conhecimento, a fim de desenvolverem uma descrição mais precisa e matizada dessas ideias. A capacidade de pensamento abstracto é, pois, considerada um aspecto fundamental do raciocínio filosófico.
O conhecimento abstracto é o conhecimento que se baseia em princípios e conceitos gerais, e não em casos ou exemplos específicos. Este tipo de conhecimento é essencial para muitas áreas diferentes do pensamento humano, desde a ciência e a matemática até à filosofia e à arte. No entanto, o processo de abstracção também pode ser difícil, uma vez que exige que separemos as características essenciais de um determinado objecto ou conceito das suas características acidentais. Esta dificuldade de abstracção é frequentemente vista como um desafio fundamental para os filósofos e outros pensadores.
A capacidade de abstracção é um aspecto fundamental da cognição humana e é algo que se desenvolve ao longo do tempo, à medida que adquirimos mais experiência e conhecimentos em diferentes áreas do pensamento. As crianças começam com uma capacidade de abstracção limitada, mas à medida que crescem e aprendem, tornam-se mais capazes de identificar as características essenciais dos objectos e conceitos e de formar ideias mais gerais e abstractas. Esta capacidade de abstracção é, portanto, vista como um aspecto fundamental da inteligência e criatividade humanas, e é algo que é valorizado e cultivado em muitas áreas diferentes do esforço humano.
Um sinónimo de abstracção pode ser conceptualização, generalização ou destilação.
Na programação, a abstracção refere-se ao conceito de esconder detalhes de implementação complexos atrás de uma interface simplificada. Implica identificar as características e comportamentos essenciais de um objecto ou sistema e concentrar-se neles, ignorando os detalhes irrelevantes ou estranhos. Isto permite aos programadores criar código mais modular e reutilizável que é mais fácil de compreender, manter e modificar ao longo do tempo. Exemplos comuns de abstracções na programação incluem classes, funções e bibliotecas.
Algo abstrato se refere a uma ideia ou conceito que existe apenas na mente, como amor, justiça ou beleza. Algo concreto, por outro lado, refere-se a um objeto ou coisa que pode ser percebido pelos sentidos, como uma cadeira, uma árvore ou um livro.