Comunicação em crise: aplicativo Smarter funciona sem rede

Os cientistas desenvolveram o aplicativo "Smarter" com o Escritório Federal de Proteção Civil e o Ministério Federal de Educação e Pesquisa. No futuro, deverá ser possível utilizar um smartphone para enviar chamadas de ajuda ou sinais de vida em caso de emergência, mesmo que a rede móvel e a Internet estejam em baixo.

Na conferência final do projecto "Smarter" em Berlim, em 30 de Janeiro de 2018, os cientistas que desenvolveram o aplicativo Smarter em conjunto com o Gabinete Federal de Protecção Civil e o Ministério Federal de Investigação mostraram como seremos capazes de comunicar em situações de crise no futuro. Com o aplicativo, as pessoas devem ser capazes de se comunicar mesmo que a rede móvel tenha entrado em colapso e não haja conexão com a internet. Em caso de emergência, os pedidos de ajuda ou sinais de vida podem ser enviados através do smartphone.

"Catástrofes e crises podem ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar, e é por isso que devemos nos preparar adequadamente", disse o professor Matthias Hollik, da Universidade Técnica de Darmstadt, na terça-feira, na apresentação dos resultados do trabalho em Berlim. Basta pensar em quedas de energia, ataques cibernéticos ou desastres naturais.

Como funciona a tecnologia? Semelhante aos dispositivos de rádio. Através do chip WLAN, o telefone se conecta diretamente com outro smartphone no qual o aplicativo é carregado. Isto, por sua vez, redes com outros dispositivos nas proximidades. De acordo com os cientistas, é possível atingir um alcance de 200 a 250 metros de smartphone para smartphone em campo aberto. Através desta rede ad-hoc, os dados, por exemplo chamadas digitais para ajuda, podem ser encaminhados cada vez que dois telefones fazem contato via rádio até atingirem o dispositivo alvo.

A tecnologia já tinha sido testada com sucesso em setembro de 2017 em um exercício de crise em larga escala no campo de treinamento militar perto de Paderborn, disseram eles. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer até que a tecnologia, que até agora só foi utilizada em dispositivos Android, se torne realmente adequada para o uso diário. Infelizmente, os usuários normais não podem baixar o aplicativo por enquanto, pois os dispositivos não suportam a comunicação direta fora da caixa, explicou Hollik. "Tivemos que modificá-los tecnicamente e intervir profundamente nos smartphones"

"A base técnica foi criada, agora temos que apelar para os fabricantes de aparelhos", é a conclusão dos pesquisadores. E Lutz Diwell do Future Forum for Public Security também explicou: "A gestão de crises só pode ser vista como uma tarefa conjunta do Estado e da economia". As empresas teriam de fazer contribuições para manter e apoiar a capacidade de resposta do Estado.

Outras informações sobre o aplicativo podem ser encontradas em smarter-projekt.de

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